É tempo de Festival de Cinema de Gramado e muito conteúdo compartilhado. Cada vez mais glamurosos e cheios de popularidade, os festivais de cinema dão o que falar. São capas de revista, temas dos noticiários e protagonistas das timelines nas redes. São realmente um universo paralelo, que encanta e desperta interesse do público.
Utilizando a referência do festival que toma conta de Gramado desde o último dia 17, a discussão que se forma aqui hoje não é somente sobre a festividade, mas sim sobre o real projeto por traz disso tudo.
Vamos parar para pensar um pouco. Por qual motivo estes festivais, a cada nova edição, ganham mais popularidade e se desenvolvem em maiores proporções?
Sim, não somos ingênuos. Sabemos que por traz destas lindas produções há fortes relações de poder econômico. Mas vamos tentar pensar por um lado um pouco menos racional e mais humano?
A resposta está em uma palavra simples, muito conhecida por todos nós aqui. Sim, você acertou. Eu estou falando da COMUNICAÇÃO. Entenda:
Primeiro: Qualquer produção audiovisual retrata uma necessidade de comunicação com o público. Seja ela qual for – uma adaptação de uma história real ou a construção de um universo fantasioso – há um propósito de execução. Se a produção foi feita é porque tem um motivo, uma necessidade de transmitir mensagens e produzir significado.
Me diz: quantas vezes você começou a repensar coisas da sua vida a partir do que observou em um filme? Ou, então, o quanto aprendeu com a representatividade de um personagem? Não precisa responder, pois acho que você já entendeu o recado.
Segundo: Quando pensa-se em festival, pensa-se em um movimento desenvolvido em prol de uma arte ou objetivo – no caso específico, o cinema. Criar um evento e administrá-lo em suas inúmeras edições reflete o desejo (talvez não tão explícito assim) de uma sociedade em busca de comunicação e valorização do trabalho cultural. É ele que promove a manifestação dos sentidos, por isso, tão importante para o universo comunicacional e de relações.
O cinema sempre foi uma das formas de contato com a sociedade mais sutis e eficientes. Enquanto entretenimento, é uma válvula de escape às rotinas da vida real. Enquanto roteiro, é referência e aprendizado para o desenvolvimento pessoal e societário. Infelizmente, os pequenos valores vem se perdendo no meio das ditas relações comerciais. O foco nos festivais, certas vezes, se dá muito mais no rostinho bonito que protagoniza o filme do que na história por ele vivida. Não há como negar que a comunicação está afetada.
Ainda assim, enquanto base das relações, a comunicação permanece em exercício. Talvez não em sua forma mais adequada nem com os princípios iniciais, mas permanece.
Fica aqui uma provocação e apelo para os comunicadores e sociedade em geral. Sejamos mais críticos e honestos com nossos valores. Sejamos capazes de promover e entender a comunicação em sua singularidade.
E então, para quem vai o prêmio?
Fonte da imagem: http://viajeserragaucha.com.br